A Secretaria Municipal de Educação (SME) enfrenta o desafio de acompanhar o progresso de 27 mil alunos com necessidades especiais, incluindo deficiências, transtornos de desenvolvimento e altas habilidades. Até agora, esse acompanhamento era feito por meio de extensos relatórios impressos, o que limitava a eficácia na avaliação dos avanços dos alunos. O uso de papel não só dificulta uma visão completa do desenvolvimento das crianças, mas também interrompe o acompanhamento contínuo quando elas mudam de escola ou avançam de série, criando lacunas significativas. Em 2024, por exemplo, 1.248 crianças mudaram de escola, destacando a necessidade urgente de uma solução mais eficiente.
Com diagnósticos cada vez mais precoces, mais crianças estão sendo identificadas como necessitando de apoio especial, o que torna a gestão acadêmica ainda mais complexa. Um estudo do Instituto ABCD mostra que diagnósticos que antes eram feitos na fase adulta agora ocorrem por volta dos 8 anos, justamente a faixa etária atendida pela SME.
Para atender a essa demanda crescente, a IplanRio desenvolveu um novo módulo no Sistema de Gestão Acadêmica. Este sistema permite o registro bimestral do progresso dos alunos e facilita a criação de planos de desenvolvimento personalizados. Os registros estarão sempre acessíveis, independentemente da escola ou série, e o Instituto Helena Antipoff, responsável pelas políticas educacionais para alunos especiais, terá uma visão completa e integrada de todos os alunos que necessitam de acompanhamento, permitindo um refinamento contínuo das políticas educacionais.
Para além da visão acadêmica, a digitalização dos registros trará uma economia significativa, eliminando o uso de 392 mil folhas de papel por ano e resultando em uma economia de cerca de 309 mil reais anuais para a SME.
A implementação do novo sistema está sendo realizada em três etapas. A primeira fase começou em 24 de outubro, abrangendo 126 escolas, e as fases seguintes serão concluídas nas próximas semanas, com término previsto para 6 de dezembro.